segunda-feira, 4 de julho de 2011

Estreia Joana de Verona em "Santa Joana dos Matadouros" no 28º Festival de Almada

de Bertolt Brecht dia 5 às 21h e dia 6 às 19h na Sala Principal do Teatro Municipal de Almada
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Santa Joana dos matadouros é uma obra de reflexão sobre a humanidade e as relações entre os humanos nas sociedades, na Alemanha como no resto do Mundo, ontem como hoje. Quando Bertolt Brecht escreve Santa Joana dos Matadouros, em 1930, não é a crise económica que o interessa, mas o desejo de colocar a questão da violência na História. Ele trabalha com Walter Benjamin e com Karl Korsch essa questão filosófica que está no centro das preocupações dos três. Eles consideram que a vida é violência. Assim, a revolução é o estado normal das coisas, uma vez que não há vida sem violência. Nessa medida, trata-se de uma obra intemporal, dado que a violência é parte do nosso quotidiano, apesar de tentarmos negá-la, apagá-la, fazendo de conta que o progresso nos encaminha para a paz. Este poema dramático é completamente relevante para a análise do que nos rodeia, sobretudo quando estamos desprovidos da ilusão da esperança, como hoje. Se considerarmos que o ser humano é membro de uma espécie e não apenas um indivíduo, não restam dúvidas de que a obra de Brecht é útil para os nossos dias. O Mundo de hoje vive nessa extrema violência, geradora de grandes inquietações e da angústia de muitos. O tema central desta peça está aliás mais próximo das nossas actuais preocupações do que daquelas de 1930. Mas Santa Joana dos matadouros não é uma obra didáctica, antes um apólogo, uma parábola. De resto, todas as peças de Brecht têm por ponto comum o facto de terem sido escritas para fazer avançar os actores e os espectadores no sentido do conhecimento. Brecht não dá lições, nem ao público, nem aos actores, apenas propõe uma maiêutica. Os actores com quem trabalhei aprenderam muito sobre a época turva que é a nossa. Aprenderam historica, sociologica, e filosoficamente a compreender melhor o Mundo em que vivem.

BERNARD SOBEL | ENCENADOR
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Ficha Artística
Alice Medeiros, Ana Cris, Bartolomeu Paes, Carlos Gomes, Catarina Rosa, Daniel Fialho, Diogo Tavares, Eduardo Breda, Elisabete Pedreira, Joana Campos, Joana de Verona, José Mata, José Redondo, Mafalda Jara, Marco Trindade, Rita Miranda, Sara Reis, Sofia Vitória, Tomás Tojo, Vera Barreto
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Encenação: Bernard SOBEL
Colaboração artística: Francis SELECK e Eric CASTEX
Tradução Manuel Resende
Cenário Pierre Setbon, Guilherme Frazão
Figurinos Mina Ly
Música e canções Olivier Bernaux
Desenho de luz Guilherme Frazão
Som Bernard Vallery
Fotografia Rui Carlos Mateus
Ass. de figurinos Bárbara Pinto, Inês Pereira, Lydia Neto
Ass. de dramaturgia Miguel Curiel, Nuno Pontes


esta peça será reposta no Teatro Municipal de Almada de 8 a 27 de Outubro de 2011.


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